O setor imobiliário registou “um aumento substancial” da procura de imóveis em Alcochete e Samora Correia, horas após o anúncio governamental sobre a construção do novo aeroporto, conforme relatado por empresas imobiliárias locais.
Segundo Cristina Peres, da Imobiliária ERA em Samora Correia, “os nossos telefones ainda não pararam de tocar. Clientes com terrenos anteriormente avaliados a um determinado preço, agora querem duplicar os valores”. Ela acrescenta que “esta transformação vai dinamizar tremendamente a região, que era antes pacata”. De facto, a localização a meros 20 minutos de Lisboa e proximidade ao futuro aeroporto, eleva significativamente o valor imobiliário da área.
Em contraste, o mesmo crescimento é esperado no Montijo e por toda a região de Setúbal. A procura de terrenos e residências aumenta, alavancada pela facilidade de acesso a Setúbal e Lisboa. Contudo, Cláudio Oliveira, da Imobiliária Novo Impacto, lembra que “não é uma visão completamente positiva para todos. Um aumento demasiado rápido pode tornar a habitação inacessível para muitos portugueses, tendo, atualmente, os compradores internacionais como principal mercado”.
No município de Alcochete, um apartamento novo ou uma moradia podem custar significativamente mais que nas áreas vizinhas, apontou Ana Nascimento da Imobiliária Century21 Nações. “Por exemplo, um T2 novo não se consegue por menos de 450.000 euros”, esclarece.
A construção do novo aeroporto, que agora se denomina Aeroporto Luís de Camões, promete desenvolver-se em torno de uma nova zona imobiliária, antevendo-se como um novo polo de atração urbanística e comercial nos próximos anos. Francisco Bacelar, da Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal, sublinha a importância deste projeto. “De facto, poderá ser um novo centro imobiliário, similar ao que aconteceu com a Expo98”.