Hoje, pedir Crédito Habitação para comprar casa está em alta. Mas várias regras do jogo mudaram em abril, com a introdução de novos prazos limite de pagamento consoante a idade e com a escalada das taxas Euribor. Será que a mudança de cenário poderá afastar as famílias do mercado? Segundo o Banco de Portugal (BdP), não. Isto porque as expectativas apontam para um “ligeiro aumento da procura de Empréstimos para Habitação” no segundo trimestre de 2022.

Pedir um empréstimo para comprar casa está em alta em Portugal. E os bancos têm demonstrado disponibilidade para financiar estes Créditos Habitação: em fevereiro de 2022, as entidades bancárias concederam 1.275 milhões de euros em novo Crédito Habitação, mais que no mês anterior (1.189 milhões de euros) e homólogo (999 milhões de euros), revelou o BdP recentemente.


No início do ano, as condições pareciam estar reunidas para comprar casa com recurso ao crédito habitação:

  • Taxas de juro baixas;
  • Disponibilidade dos bancos na concessão de crédito;
  • Poupanças para dar entrada no crédito e pagar impostos.

 

O que está a mudar no Crédito Habitação?

Mas a partir de abril, o universo do Crédito Habitação começou a mudar. Desde logo, no dia 1 de abril entrou em vigor uma recomendação macroprudencial do BdP que veio colocar novos prazos de limite de pagamento consoante as idades dos titulares. Esta medida vem sobretudo impactar a vida de quem tem 35 ou mais anos, já que a maturidade do crédito passa de 40 anos para 35 anos, fazendo aumentar a prestação mensal da casa. 

Tal como explicamos neste artigo: Qual o prazo máximo do Crédito Habitação?

Há ainda outra mudança no panorama: as taxas de juro estão a subir mais rápido que o esperado. E a Euribor a 12 meses atingiu terrenos positivos esta terça-feira, dia 12 de abril de 2022, pela primeira vez desde fevereiro de 2016. O aumento sentido deste o início do ano desta que é a taxa mais escolhida nos novos Créditos Habitação em Portugal já está a impactar nas prestações da casa dos empréstimos concedidos em abril.

Veja o artigo: Taxas de juro positivas: o que é a Euribor e porque importa tanto?


Apesar do mercado de Crédito Habitação estar a mudar, o peso destas alterações na carteira das famílias é ainda relativamente ligeiro: no caso dos novos prazos de maturação do crédito, a prestação mensal pode ficar até 35 euros por mês mais cara e no caso da subida das taxas Euribor poderá haver diferenças na prestação de +6 euros.

A verdade é que as expectativas do BdP para o segundo trimestre do ano são positivas. Nos resultados do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, esta terça-feira divulgado, o regulador liderado por Mário Centeno assume esperar um “ligeiro aumento da procura de Empréstimos para Habitação” entre abril e junho.

 

Fonte: Idealista


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