As despesas com a habitação na Europa aumentaram significativamente nos últimos dois anos. Um relatório recente do Banco Central Europeu (BCE) destaca que o custo da habitação, incluindo juros do crédito habitação, despesas de luz, água e gás, assim como as rendas das casas, subiu em média 10,2% entre julho de 2022 e janeiro de 2024. Este aumento é consideravelmente superior ao da inflação geral na Zona Euro, que foi de 5,5% no mesmo período.

Portugal, comparativamente com outros estados-membros analisados, apresenta um dos menores custos de habitação. Em janeiro de 2024, as famílias em Portugal gastavam cerca de 600 euros mensais com habitação, abaixo da média da área euro.

O relatório do BCE salienta ainda que há uma grande disparidade entre os custos de habitação para proprietários sem crédito e inquilinos. Enquanto os proprietários sem crédito observaram um aumento nos custos em torno de 6%, aqueles com créditos habitacionais viram seus custos aumentar cerca de 12%. Os inquilinos registaram um aumento de 9% nas suas despesas habitacionais.

Ademais, o relatório revela que o custo da habitação varia bastante entre os países. A Irlanda e a Alemanha apresentam os maiores custos, enquanto Portugal figura entre os países com menores despesas. Este panorama reflecte não só as condições do mercado imobiliário local como as políticas de crédito e energéticas nacionais.

No que diz respeito ao impacto dos custos de habitação sobre os rendimentos das famílias, o BCE indica que os inquilinos são os mais afetados, gastando cerca de 40% do seu rendimento mensal com habitação, enquanto os proprietários sem crédito gastam cerca de 20%.

O relatório enfatiza ainda que, apesar dos crescentes custos, têm sido criadas medidas de apoio social para ajudar as famílias, como bonificações e subsídios para pagamento do crédito habitação e renda.

Em resumo, a habitação na Europa tornou-se significativamente mais cara nos últimos dois anos, e Portugal, apesar de estar melhor posicionado do que muitos outros países, não está imune a estes aumentos. O custo crescente da habitação continua a ser um desafio importante para muitas famílias europeias, especialmente para os inquilinos e aqueles com créditos habitacionais.