Num recente relatório divulgado pelo Banco de Portugal, observamos que as famílias portuguesas voltaram a elevar os seus níveis de endividamento. Em março deste ano, o montante total devido pelos particulares ascendeu a impressionantes 151 mil milhões de euros, um acréscimo de 418 milhões de euros comparado com o mês anterior.

Este aumento no endividamento dos particulares colaborou para a subida do endividamento do setor privado em Portugal, que terminou o mês de março com um total de 441.738 milhões de euros. Este crescimento, embora modesto, representou cerca de 100 milhões de euros em relação ao mês anterior.

O crescimento da dívida junto à banca por parte das famílias é particularmente notável, considerando que o endividamento das empresas privadas realmente diminuiu em 294 milhões de euros, principalmente perante o exterior.

No que toca à taxa anual de variação, os particulares viram um ligeiro aumento de 0,06% em março, contrastando com uma redução de 0,24% no mês anterior. Por sua vez, as empresas registaram uma variação anual do endividamento de 1,9% em março, um decréscimo face aos 2,1% de fevereiro.

Olhando para o endividamento do setor público, que inclui as administrações públicas e as empresas públicas, este estava situado nos 359.968 milhões de euros no mês de março. O aumento de 1,2 mil milhões de euros neste setor foi impulsionado pela emissão de títulos do Tesouro e de empréstimos junto do setor financeiro, mitigado somente por uma diminuição nas responsabilidades em depósitos das administrações públicas.

Finalmente, o endividamento do setor não financeiro, que engloba administrações públicas, empresas e particulares, sofreu uma redução de 5.230 milhões de euros, comparativamente ao ano anterior. No entanto, houve um aumento em cadeia de cerca de 1.334 milhões de euros desde fevereiro.

Este panorama reflete a contínua pressão econômica e financeira que as famílias portuguesas enfrentam, levantando questões sobre a sustentabilidade financeira a longo prazo. Como resultado, torna-se essencial compreender melhor esses indicadores e buscar estratégias que possam aliviar este crescente fardo financeiro para as famílias em Portugal.